29 de abril de 2010

Crase (3)

Expressões adverbiais, prepositivas e conjuntivas

O(s) a(s) das expressões adverbiais, prepositivas e conjuntivas formadas por palavras femininas deve receer o acento grave: à tarde, à noite, à vontade, à procura, às pressas, às escondidas, à moda, à medida que, à proporção que, à exceção de, à beira de etc.

Vejam alguns exemplos:
Saímos à meia-noite.
Vendi à vista o relógio que ganhei numa rifa.
Ando à procura de um amigo.
Andava às pressas.
Agia às escondidas.
Pediu um bife à milanesa. (= à moda)
No restaurante pediu uma moqueca à capixaba. (= à moda)
À medida que caminhavam, todos iam ficando cansados.
Se a expressão adverbial or formada por palavra masculina ou se a preposição que introduz a expressão adverbial for outra diferente de "a", não ocorrerá a crase. Observem:
Trazia a bolsa a tiracolo.
Atravessou o rio a nado.
Escreveu a resposta a lápis.
Fez tudo a toque de caixa.
A cor fica a critério do cliente.
Chegou após as dez horas.
Ele não vê o irmão desde a semana passada.
A reunião ficou marcada para as cinco da tarde.
Fonte: Curso prático de gramática

Símbolos


Os símbolos são abreviaturas fixadas por convenções quase sempre internacionais para as unidades de medidas, os elementos químicos, os pontos cardeais. Por conseguinte, não se submetem às normas de abreviação, nem ao sistema ortográfico vigente em nosso país.

Grafia dos nomes das unidades de medida

1. Escrevem-se os nomes das unidades com letras minúsculas, mesmo quando correspondem a nomes de pessoas: metro, grama, farad, kelvin, hertz, newton.
Exceções: Celsius, Fahrenheit e Réaumur.

2. O plural dos nomes das unidades é indicado pelo acréscimo de "s": quilogramas, ohms, pascals, decibels (ou decibéis).
Observação: Os nomes terminados em "s", "x" e "z" não admitem flexão: siemens, lux, hertz.

Grafia dos símbolos

1. Os símbolos, de regra, são escritos com letras minúsculas, excetuando:
a) Aqueles que se originaram do nome de pessoas: A (ampere); W (watt); kW (quilowatt); K (kelvin).
b) Os prefixos gregos mega (M); giga (G); tera (T); peta (P); exa (E); MHz (megahertz); GeV (gigaelétron-volt).
c) Os dos elementos químicos Au (ouro); O (oxigênio).
d) Os pontos cardeais N (norte); S (sul); E ou L (leste); W ou O (oeste) e os demais que deles provêm: NE (nordeste); SW ou SO (sudoeste) etc.

2. Os símbolos não tem plural: 1 m; 10 cm.

3. Não se coloca ponto nos símbolos, a não ser, é claro, que estejam no final de um período.

4. Não se intercala o símbolo entre a parte inteira e a decimal de um número. Colocado no final do número, o símbolo se refere sempre à parte inteira: 3,5 kg; 12,3 l.

Observação. Não há símbolos convencionados para as medidas antigas. Os seus nomes, quando reduzidos, são expressos por abreviações, marcadas com ponto abreviativo: lég (légua); arr. (arroba).

Fonte: O livro: manual de preparação e revisão

De onde vêm as palavras (5): À beça

Significando em grande quantidade, a origem desta expressão é atribuída à profusão de argumentos utilizados pelo jurista alagoano Gumercindo Bessa ao enfrentar Rui Barbosa em famosa disputa pela independência do então território do Acre, que seria incorporado ao Estado do Amazonas.

Quem primeiro utilizou a expressão foi Francisco de Paula Rodrigues Alves, presidente do Brasil de 1902 a 1906, depois, reeleito, mas sem poder assumir por motivos de saúde, admirado da eloquência de um cidadão ao expor suas ideias: "O senhor tem argumentos à Bessa".

Com o tempo, o sobrenome amoso perdeu a inicial maiúscula e os dois "ss" foram substituídos pelo "ç".

Fonte: De onde vêm as palavras II

28 de abril de 2010

Grandes pleonasmos que fascinam o mundo

Oi, ao ligar meu computador, no UOL, me deparei com estes quadrinhos humorizando os pleonasmo que nós ouvimos corriqueiramente. Cliquem aqui e vejam de forma ampliada para facilitar a leitura.

26 de abril de 2010

Nossa língua portuguesa. Hã? (18)


Crase (2)

Não ocorre crase



Vimos que uma das condições para que ocorra a crase é o termo regido admitir a anteposição do artigo a ou as. Quando não houver o artigo feminino, evidentemente não haverá crase. Sabendo disto, vamos observar as ocorrências em que não ocorre crase:

1. Diante de palavras masculinas:
Isto cheira a perfume.
Gostava de andar a .

2. Diante de verbos no infinitivo:
Ainda há muita coisa a fazer.
Estava disposto a ganhar o concurso.

3. Diante da maioria dos pronomes:
Entregaram o prêmio a ela.
Peço licença a Vossa Excelência.
Fizeram referência a esta carta.
Não fizeram alusão a alguma possibilidade de devolução da mercadoria.
A pessoa a que me referi não está presente neste momento.

Observações:
a) Diante dos pronomes pessoais de tratamento senhora e senhorita, há ocorrência da crase: Dizia à senhora o ocorrido de ontem.
b) De acordo com a regência, ocorre a crase nos relativos “a qual” e “as quais”: A amiga à qual perdoei está doente (Eu perdoei à amiga).

4. Nas expressões formadas por palavras repetidas:
Gota a gota; frente a frente; ponta a ponta; passo a passo; dia a dia.

5. Diante de substantivos empregados em sentido genérico:
Falava a pessoas desinteressadas.
Fez alusão a cidades litorâneas.
Não se referiu a criatura alguma.

Observação. Percebam que o substantivo usado de maneira genérica pode estar tanto no singular como no plural.

6. Antes do artigo definido “uma”:
Já assistiram a uma tourada?
Você faz jus a uma recompensa.

7. Antes de numeral cardinal:
O vilarejo fica a duas léguas da cidade.
Chegarei daqui a quatro dias em sua casa.

Mais uma receita caseira mineira, sô

De onde vêm as palavras (4): Rico ri à toa

É provável que esta frase tenha sido cunhada no Rio de Janeiro, dada a conhecida verve dos cariocas. Transformada mais tarde em bordão de programa de rádio e televisão, foi também título de um filme.

Um de seus registros mais notáveis foi feito pelo jornalista e poeta Paulo Mendes Campos nos anos de 1940, ao receber uma foto do presidente Getúlio Vargas para legendar. Como de hábito, Vargas estava sorrindo, enquanto nas rádios tocava conhecida marchinha que dizia: "Bota o retrato do velho outra vez/bota no mesmo lugar/sorriso do velhinho faz a gente trabalhar".

Ao ver sua foto com a legenda "Rico ri à toa", o próprio presidente achou graça no feito do poeta-jornalista.

Fonte: De onde vêm as palavras II

24 de abril de 2010

Intertexto - Os Simpsons e as obras de arte

















Receita caseira mineira, sô!

23 de abril de 2010

Crase (1)

Este é um assunto que muitos já estão "carecas de saber", e ainda não sabem utilizar o acento grave corretamente quando há crase.

Pra começar, crase não é acento, portanto, não está correto a pessoa perguntar se “há crase neste 'a'?”.

A palavra “crase” vem do grego krasis e significa “fusão”, “junção”, que é o encontro de vogais idênticas;  na nossa língua, é a letra a (preposição + artigo). O nome do acento indicador da crase é grave.
A regra geral para a crase é quando o termo regente (um adjetivo ou um verbo) exigir a preposição "a", e o termo regido (substantivo) admitir o artigo "a" ou "as". Vejam estes exemplos:

Eu me referi à diretora.
Eu me referi a + a diretora.

Era insensível à dor. 
Era insensível a + a dor.

Eu conheço a aluna.
Eu conheço ø a aluna.

No primeiro caso, o verbo referir-se rege obrigatoriamente a preposição "a" (caso tenham dúvida, consultem um dicionário de Regência Verbal) e o substantivo diretora é uma palavra feminina, regido pelo artigo feminino "a". Portanto, houve a crase.

No segundo exemplo, o adjetivo insensível rege a preposição a, e o substantivo dor também é uma palavra feminina, sendo regido pelo artigo feminino "a". Então, há também a ocorrência da crase.

No terceiro exemplo, o verbo conhecer não rege preposição alguma por ser um verbo transitivo direto. Aluna é um substantivo feminino, regido pelo artigo feminino "a". Conclusão: não há crase.

By Professora Marcia Moreira

De onde vêm as palavras (3): A dar com um pau


Esta frase, indicando abundância, nasceu no Nordeste. Vindas da África, milhares de aves de arribação, extenuadas pela travessia do Atrântico, pousam nas lavouras em busca de alimento. Chegam cansadas e famintas, quase desabando sobre o solo. Os sertanejos, porém, não têm nada com isso, e aqueles bandos representam séria ameaça às plantações. Ou eles matam as aves ou depois não terão o que comer.

Desaparelhados para o combate, antigamente, os agricultores matavam os pobres pássaros a pau, e não aparecia nenhum ecologista para defender estes bichinhos.

O escritor Joaquim José da França Júnior (1839-1890), patrono da cadeira 12 da Academia Brasileira de Letras, registrou a frase famosa na comédia Direito por linhas tortas: "A mulher tomou sulfatos a dar com um pau".

Fonte: De onde vêm as palavras II

Qual é o correto?



Na verdade, pagto. nunca foi abreviação para pagamento. Se você quiser abreviar esta palavra, use pgto., que é a abreviação correta.


By Marcia Moreira

22 de abril de 2010

Iniciais minúsculas

Grafamos com iniciais minúsculas (caixa baixa – cb) nos seguintes casos:

a) Nomes nobiliárquicos: rei, duque, barão, visconde, dom etc.

b) Dignitários: cavaleiro, comendador, mestre etc.

c) Nas formas de tratamento corrente: você, senhor, dona, sinhá, seu, dona. Mas, em caso de demonstração de eminência, usa-se maiúscula: Vossa Alteza, Sua Santidade, Vossa Senhoria etc.

d) Títulos profissionais: reitor, bacharel, doutor, professor etc.

e) Títulos políticos: presidente, ministro, vereador etc.

f) Título eclesiástico: papa, padre, frei etc. Mas, há nomes consagrados e formas de tratamento que constituem exceção à regra: Frei Caneca, Padre Cícero, Dom João IV, Santo Antônio etc.

g) Doutrinas, correntes e escolas do pensamento, religiões: catolicismo, romantismo, liberalismo, positivismo, realismo, romantismo, espíritas etc.

h) Nomes gentílicos de povos e de grupos étnicos: paulistas, franceses, xavantes etc.

i) Pontos cardeais, quando designam direção, limite ou situação geográfica (exceto regiões): norte, sul, leste, oeste, sudeste, noroeste. Mas, região Norte, região Sudeste etc.

j) Nomes dos meses, dias da semana e estações do ano: janeiro, terça-feira, inverno. Mas, intitulando logradouros públicos, os nomes dos meses são escritos com maiúsculas: avenida 23 de Maio, rua 25 de Março.

k) Nomes de divisões político-administrativas: província, estado, município. Mas, Estado (com maiúscula), referindo-se ao poder político de uma nação ou à nação política organizada.

l) Nomes de documentos oficiais: lei, alvará, portaria, emenda etc.; bem como suas subdivisões: capítulo, artigo, parágrafo, alínea, inciso etc. Mas, quando o nome do documento não segue um número (lei nº 5.765), mas um nome, deve-se escrevê-lo com letras maiúsculas: Lei de Imprensa, Lei Afonso Arinos.

Fonte: Revisão, o trabalho com textos
         O livro: manual de preparação e revisão

De onde vêm as palavras (2): Cair na gandaia


É variação de andar à e na gandaia e se aplica a quem leva vida de vadiagem, sem responsabilidade, viajando para muito longe, por muito tempo, sem dar explicações a ninguém. Pode ter havido influência na grafia equivocada de Caia, na Cochinchina, esta última com o significado de lugar muito distante. Catai passou a Gadaia e daí, a Gandaia.

Viver na gandaia equivale a não trabalhar, entregar-se ao ócio. Gandaiar é também o ofício do trapeiro, que bisbilhota os lixos à procura de algo que lhe seja útil.

Gandaia pode ter vindo do espanhol gandaya, derivação de gandir, comer. Os árabes, que ficaram sete séculos na Península Ibérica, têm o vocábulo gandur, peralta, travesso.

Fonte: De onde vêm as palavras II

Nossa língua portuguesa. Hã? (17)


Qual é o correto?


A abreviação apto. nunca foi usada para abreviar apartamento; "apto" é um adjetivo e significa “quem tem aptidão”, “hábil”, “capaz”. As abreviações corretas são apart. ou ap.

By Marcia Moreira

19 de abril de 2010

Iniciais maiúsculas - parte 2

Empregam-se ainda a inicial maiúscula nos seguintes casos:

a) Instituições e entidades culturais, militares, políticas e profissionais e empresas:
Escola de Comunicação e Artes, Fundação Carlos Chagas, Faculdade de Direito do Recife, Presidência da República, Exército, Senado Federal, Associação Brasileira de Imprensa etc.

b) Períodos e acontecimentos históricos:
Paleozoico, Antiguidade, Idade Média, Renascença, Estado Novo, Revolução de 1930, Revolução Industrial, Nova República etc.

c) Festividades ou comemorações cívicas, religiosas e tradicionais:
Sete de Setembro, Natal, Carnaval, Dia do Trabalho, Quatro de Julho etc.

d) A palavra Estado quando tem sentido de nação politicamente organizada ou um conjunto de poderes políticos de uma nação:
Os poderes do Estado, o golpe de Estado.

e) A palavra República quando substituir a palavra Brasil:
Os poderes da República, presidente da República.

f) União, no sentido de associação dos estados federativos, poder central:
Os estados da União, as contas da União.

g) A palavra Igreja, como instituição ou no sentido de conjunto de fiéis ligados no mesmo credo religioso:
A atuação da Igreja no Brasil, a Igreja adventista etc.

Fonte: Revisão, o trabalho com texto
           O livro: manual de preparação e revisão

Comunicação não verbal entre homens e mulheres



O uso da vírgula - parte 6

Orações coordenadas

As orações coordenadas sindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção aditiva “e”) separam-se por vírgula:
Cheguei, pedi silêncio, aguardei alguns minutos e comecei a palestra.
                                                                                          Oração coordenada sindética
Eles se esforçaram muito, porém não obtiveram o resultado desejado.
                                                                     Oração coordenada sindética

Pode-se usar vírgula antes da conjunção “e” quando:

a) as orações coordenadas não tiverem o mesmo sujeito:
Os adjetivos passam, e os substantivos ficam.
       Sujeito 1                                   Sujeito 2

b) a conjunção “e” vier repetida enfaticamente (polissíndeto): 
E volta, e recomeça, e se esforça, e consegue.

c) a conjunção assumir outros valores (adversidade, consequência etc.): 

Carlos chegou em casa e não encontrou o cachorro. – aditiva, sem vírgula
Os jovens querem ser fiéis, e (= mas) não o são. - adversativa, com vírgula
Os velhos querem ser infiéis, e (= mas) não conseguem. - adversativa, com vírgula
Esforçou-se muito, e (= portanto) conseguiu a aprovação. - adversativa, com vírgula

Orações intercaladas

As orações intercaladas são sempre separadas por vírgulas ou duplo travessão:
Eu, disse o orador, não concordo.
    Oração intercalada
O problema das enchentes disse o candidato será prioritário.
                                                          Oração intercalada
Fonte: Curso prático de gramática

Nossa língua portuguesa. Hã? (17)


Na verdade, our english!

De onde vêm as palavras: Bater as botas

Esta frase, indicando que o sujeito morreu, é uma variante das tradicionais "Esticou as canelas", "Abotoou o paletó", "Partiu desta para melhor". O curioso, porém, é que se aplica apenas a morto adulto, do sexo masculino, que tenha o costume de andar de botas ou ao menos calçado. O sapato tem sido o símbolo de qualificação social ao logno de nossa história, tendo partilhado seu prestígio com certas marcas de tênis.

Provavelmente, bate as botas ao morrer alguém de certas posses, ao menos remediado. Outros mortos apenas esticam as canales ou partem desta para melhor. No segundo caso, partem com estilo, fazendo dupla elipse, já que está subentendido que partiram desta para outra vida, que os comentadores anteveem mais favorável a quem partiu. Dependendo da herança, sua partida é mais favorável para quem ficou.

As origens da frase residem no bom trato despendido aos mortos, postos arrumadinhos nos caixões, com o paletó abotoado. Como, porém, as mulheres passaram a usar roupas semelhantes às dos homens, também elas podem abotoar o paletó à triste hora da partida.

A pergunta, entretanto, permanece: triste para quem? Sábios, os latinos cunharam outra frase: Requiescat in pacem (Descansem em paz). E há um emblema para as cerimônias da morte, o Requiem (Descanso). Um dos mais célebres é o de Mozart.

Fonte: De onde vêm palavras II

16 de abril de 2010

Novos cursos na Universidade do Livro


A Universidade do Livro, da editora UNESP, está também com novos cursos: produção editorial, design visual linguagem publicitária dentre outros. Cliquem aqui para saber mais detalhes.

Dois dedim di prosa



- Tardi, Dotô.

- Boa tarde. Sente-se.

- Caress não. Ficu di pé, mess.

- Sente-se para eu poder examinar.

- O Dotô é quem manda.

- Mas fale-me. O que está acontecendo?

- Ai, Dotô! Mi dá umas dor di veiz in quandu.

- Que dor?

- Aqui, ói... Nu estromagu. Beeem lá nu fundin.

- Forte?

- As veiz. Trasveiz é anssim ó, di mansin.

- E o que você faz?

- Tem veiz que eu cantu. Trasveiz eu vô pra cunzinha fazê um bolu.

- Tem outra dor?

- Tenhu, sim, Dotô. Aqui, ó. Pertu dus ói.

- E essa é forte?

- Né forte não. Quandu ela dá eu cunversu cas vizinhas i passa.

- Outra?

- Tenho sim senhô. Aqui. Anssim, nu meio das custela, pareci nu coração. Dá uns apertu aqui, ó.

- E você faz o que neste caso?

- Tem veiz qui eu choru. Trasveiz, ficu anssim, muitu da queta pra vê si passa.

- E passa?

- Das veiz. Trasveiz vô na pracin.. Lá eu sentu num bancu, vê as criança brincá prá esperá passá..

- Você mora com alguém?

- Moru não, Dotô. Sô sunzinha ness mundão di nosso Senhor...

- Não tem família?

- Aqui tein não. Minha famia é todinha du interiô du sertão, pertinhu de Urandi, lá quasi im Mins Gerais. Vim sunzinha pra Sum Paulu tentá a vida.

- E você faz o que?

- Ói, Dotô: Já fiz um cadin di tudu nessa vida. Já trabaiei numa firma di limpeza, já cuidei di criança. Trabaiei inté em casa di genti rica. Agora, trabai cuma mocinha qui mais viaja qui fica im casa. Ela avua num avião di dia i di noiti. Aí eu ficu sunzinha..

- Você mora com ela?

- Moru, Dotô. Ela dexa eu drumi num quartinhu lá nus fundu da casa.

- Sabe cozinhar?

- Och, si não! Cunzin muit du bem! Coisa mais simpres anssim i coisa mais di genti chiqui.

- Gosta de crianças?

- Ô, seu Dotô. É as criaturinha mais anjinha qui Deus botô nu mundu!

- Qual o seu nome mesmo?

- Óia, Dotô. Eu num gost muit, mas a modi agrada a santa, mainha botô Crara.

- Dona Clara. Eu sei o que a senhora tem.

- Comu anssim, si o Dotô nem incostô in mim?

- O que a senhora tem Dona Clara, chama-se solidão e é a causadora de toda essa tristeza.

- I issu mata, Dotô?

- Ás vezes, sim. Mas, no seu caso bastam amigos, alguns remédios e um pouco de carinho. Dona Clara. Vai parecer estranho e nem eu mesmo entendo porque estou fazendo isso, mas minha esposa está grávida e nosso segundo filho é para o mês que vem. Já temos uma menina. E até hoje é minha esposa que cuida de tudo. Porém, com o bebê pequeno precisamos de alguém que cuide da casa. Que tal ficar conosco?

- Oxa si não! Óia, Dotô. Nunca fizeram issu pur mim não. Vixe! Vai sê coisa muitu da boa ficá cocês. I careci di morá lá, Dotô?

- Sim. Temos um quarto vago, no apartamento. Podemos tentar por uns meses.O que acha?

- Dotô. É anssim como tê famia, né?

- Quase.

- Dotô. Eu num vô mais sê sunzinha. Vixe! Deus lhi pague, Dotô, a modi qui carinhu anssim, nem mainha mi dava.

- Vamos testar. Combinado?

- Cumbinadu. Dotô. Careci di eu fazê uma pregunta.. Eu num vô mais senti essas dor?

- Vamos combinar uma coisa? O dia que sentir essa dor você me procura.

- Prá modi du senhô mi inxaminá?

- Não. Prá modi nóis trocá dois dedim di prosa...

15 de abril de 2010

O uso da vírgula - parte 5

Orações subordinadas adverbiais

Orações dessa modalidade, sobretudo quando estiverem antepostas à oração principal ou nela intercaladas, separam-se por vírgula:



Orações subordinadas substantivas
Orações desta categoria (com exceção das apositivas) não se separam da principal por vírgula.

Fonte: Curso prático de gramática

Iniciais maiúsculas - parte 1

Empregamos a letra inicial maiúscula (caixa Alta - cA) nos seguintes casos:

1) No começo de períodos, versos e citações diretas.
a) Períodos: Todos os aconteciementos...
b) Verso: "Estou farto do lirismo comedido / Do lirismo bem comportado..."
c) Citação direta: Disse Rousseau: "Em todo animal, vejo apenas uma máquina engenhosa, que a natureza dotou de sentidos".

2) Nos nomes de pessoas.
a) Nomes e sobrenomes: Euclides da Cunha, Rui Barbosa.
b) Cognomes: Pedro, o Grande; Ricardo Coração de Leão.
c) Alcunhas e hipocorísticos (nomes familiares carinhosos): Sete-Dedos, Lulu.
d) Antonomásticos (nomes comuns no lugar de nomes próprios ou vice-versa): A Águia de Haia, a Dama de Ferro.
e) Pseudônimos: Marques Rebelo, Tristão de Ataíde.
f) Nomes dinásticos: Os Braganças, os Médicis.

3) Nos topônimos e locativos.
a) Topônimos: Campinas, São Paulo.
b) Locativos e nomes de regiões em geral: Zona da Mata, região Norte, região Centro-Oeste.

Observações
a) Os adjuntos que delimitam a extensão ou a localização dos topônimos permanecem em caixa baixa (cb): Europa ocidental, Brasil meridional etc.
b) Quando tais elementos se incorporarem no topônimo, fazendo parte de seu nome oficial ou do nome consagrado pelo uso, grafam-se em caixa Alta (cA): Baixada Fluminense, Berlim Oriental, Planalto Central etc.
c) O mesmo caso anterior acontece em acidentes geográficos: Serra da Mantiqueira, Península Ibérica, Cordilheira dos Andes, Serra do Mar etc.

4) Nos nomes astrônimos (nomes de constelações, estrelas, planetas): Órion, Aldebarã, Sol, Marte, Lua, Via-Láctea.

5) Na classificação científica: Homo sapiens, Trypanosoma cruzi.
Percebe-se que o nome científico dos seres vivos é escrito com inicial maiúscula apenas no primeiro termo.

Fonte: O livro: manual de preparação e revisão
           Revisão, o trabalho com textos

Nova Ortografia da Língua Portuguesa - Prefixos tônicos

Na língua portuguesa, existem, além dos prefixos já conhecidos de todos nós, como auto-, contra-, semi-, anti-, ante- e outros, os prefixos tônicos também bem conhecidos, como vice-, ex-, pré-, pós-, além etc. A Nova Ortografia não alterou a hifenização com estes prefixos; portanto, continuamos a escrever vice-diretor, ex-marido, pré-história, pós-graduação, além-mar...

By Professora Marcia Moreira

Novos cursos da Escola do Livro



A Escola do Livro, da Câmara Brasileria do Livro, está com um clico de palestras em Abril e Maio deste ano sobre a profissão do editor, o marketing editorial e o eBoook Reader. Mais detalhes, clique aqui.

14 de abril de 2010

O uso da vírgula - parte 4


A vírgula entre orações - Orações subordinadas adjetivas

As orações que compõem um período podem ser separadas por vírgulas ou não, dependendo do tipo de cada oração. Vejamos como isso se dá em cada caso, primeiro, em orações subordinadas adjetivas:

Orações subordinadas adjetivas explicativas. São separadas por vírgulas:



Orações subordinadas adjetivas restritivas. Em geral, não se separam da principal por vírgula. Podem terminar por vírgula (mas nunca começar por ela) quando tiverem certa extensão, sobretudo se terminarem por um verbo seguido pelo verbo da oração principal:





Fonte: Curso prático de gramática