18 de agosto de 2011

Iniciais maiúsculas: como eram antigamente




A questão do emprego das maiúsculas jamais deixou de atormentar os preparadores de originais de língua portuguesa. E o problema não é novo. Ele aparece, a bem dizer, com o próprio desenvolvimento da escrita e seus desdobramentos (e dificuldades). Vale a pena assinalar que pelo menos há mais de quatro mil anos os egípcios sentiram a necessidade de utilizar o que hoje chamamos de destaque ou efeito de realce. Tal se dava, então, de três modos diferentes:

1) Grande número de sinais (cerca de duzentos, corretamente em torno de oitenta) não era lido, mas servia para distinguir palavras homófonas e nomes próprios, chamando a atenção para um vocábulo importante na frase. Os egiptólogos denominaram esses sinais de ‘determinativos’.

2) Os nomes reais eram envolvidos em um círculo oval – os cartuchos -, o que indicava, além da reverência ao faraó-divindade, uma distinção, ainda que restrita, entre nomes próprios e comuns.

3) Finalmente, estabeleceram um princípio de normalização que durou até os primeiros tempos da imprensa (...): o uso de rubricas, i.e., empregava-se tinta vermelha para obter o efeito de realce, por exemplo, em datas, medidas de peso e, sobretudo, em textos literários, nas aberturas de seções e em determinadas palavras iniciais.

Fonte: A construção do livro, 2008, p. 78.

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