Em nossos tempos de escola, tivemos uma aula sobre pronomes pessoais, sendo Ele/Ela os representantes da terceira pessoa do discurso. Esses pronomes tanto podem ser retos como oblíquos tônicos.
Como pronomes pessoais retos, funcionam como sujeito na oração:
Ele não foi à minha casa ontem.
Sujeito
Elas vieram de carro com a minha mãe.
Sujeito
Já como pronomes pessoais oblíquos tônicos, devem vir precedidos por uma preposição e desempenham as funções de objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva etc.
Quando falei da promoção, referi-me a ele.
Objeto indireto
O meu ódio a ela crescia dia a dia.
Complemento nominal
Minha amiga foi descrita por ele.
Agente da passiva
Em um dos casos acima, disse que o pronome pessoal “ele/ela”, quando oblíquo tônico, funciona como objeto indireto, por vir acompanhado de preposição. O que devemos tomar cuidado é com construções deste tipo:
Eu vi ele no cinema com vários amigos.
Marcos ama ela com muita ternura.
Nesses dois últimos exemplos, os verbos “ver” e “amar” são transitivos diretos, e esses pronomes não poderiam aparecer nessas orações como objeto direto. Os pronomes devem ser substituídos pelos oblíquos para objeto direto “o” e “a”. O correto seria assim:
Eu a vi no cinema com vários amigos.
Marcos a ama com muita ternura.
Esse fenômeno tem uma explicação: em textos bem antigos da língua portuguesa, os pronomes “ele/ela” funcionavam como objeto direto, ou seja, naquela época, as construções “Eu vi ele” e “Marcos ama ela” eram consideradas corretas. Com a evolução da língua, esses pronomes deixaram de ser objetos diretos, mas seu uso é bem frequente na informalidade, como podemos perceber.
Portanto, deve-se evitar o uso dos oblíquos tônicos “ele/ela” como objetos diretos, pois é condenado pela norma culta da língua portuguesa, mas não podemos negar que, na oralidade, é bem frequente, devendo tomar cuidado na hora em que for redigir um texto mais formal.
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