9 de março de 2010

Forma e conteúdo

É inegável a liberdade de expressão do autor para construir sua mensagem, embora às vezes ele se preocupe mais com o conteúdo do que com a forma. A forma, por sua vez, é tão importante quanto o conteúdo, mas paradoxalmente é tal sua importância que ela tem de estar latente e não interferir no conteúdo – a não ser que forma e conteúdo se fundam e constituam a essência da própria mensagem, o conteúdo.

Essa fusão é comum quando se joga com palavras ou quando se instaura um momento de ruptura com padrões estabelecidos, caracterizando-se o processo de criação literária.

Na mensagem didática, técnica, científica e de informação geral, impõe-se, porém, uma normalização textual que evite a língua de Babel, que faça com que a mensagem flua tranquilamente, sem tensões ou contradições.

Embora o estilo pertença ao autor, com a liberdade que ele tem de construir sua mensagem, a editora pode – e deve - intervir no seu texto, e o faz com o seu pleno consentimento, para garantir a correção e a clareza da informação e a qualidade da publicação. Para conseguir isso, às vezes, chega mesmo a modificar a estrutura de um livro.

(...)

Em se tratando de normas, ou regras, existe o risco de o apelo limitado a elas não permitir que sejam consideradas as exceções possíveis. Para evitar isso, porém, é fundamental o discernimento dos profissionais da editora em não ir de encontro à liberdade de criação, quando o autor procura formas discrepantes para divulgar sua mensagem, infringido conscientemente as regras estabelecidas.

Fonte: O livro: manual de preparação e revisão

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