9 de março de 2010

Docência: uma carreira despretigiada

Levantamento realizado pela Fundação Victor Civita comprova uma percepção alarmante: a profissão docente não é considerada uma opção atraente pelos estudantes do Ensino Médio. Apenas 2% desejam cursar Pedagogia ou Licenciatura

"Se você comentar com alguém que está pensando em ser professor, muitas vezes a pessoa pode dizer algo do tipo: 'Que pena' ou 'Meus pêsames!'. Afinal, sabe que você vai ser desvalorizado e obter uma remuneração ruim.” É com essa chocante clareza que Thaís*, aluna do 3º ano do Ensino Médio de uma escola particular em Manaus, sintetiza uma noção preocupante para a Educação brasileira: cada vez menos jovens desejam seguir a carreira docente.

Embora essa impressão tenha se espalhado até mesmo entre quem não é da área, faltava dimensionar com contornos mais nítidos a extensão do problema. A área de Estudos e Pesquisas da Fundação Victor Civita (FVC) encomendou à Fundação Carlos Chagas (FCC) um mergulho no tema e os dados comprovam: apenas 2% dos estudantes que estão concluindo o Ensino Médio têm como primeira opção no vestibular graduações diretamente relacionadas à atuação em sala de aula - Pedagogia ou alguma Licenciatura. Outros 9% mencionam a intenção de cursar disciplinas da Educação Básica, como Letras, História e Matemática, o que não garante que venham a se interessar por lecionar.

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Em linhas gerais, apesar de reconhecerem a importância do professor, os entrevistados afirmam que a profissão é desvalorizada socialmente, mal remunerada e possui uma rotina desgastante e desmotivadora. Para a grande maioria, não é uma carreira interessante a seguir).

*(...) os nomes dos alunos ouvidos pela pesquisa foram trocados para preservar a confidencialidade do estudo.

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Fonte: Revista Nova Escola
 
Da blogueira. É triste saber que, por causa da desvalorização da profissão pelos nossos governantes, ser profissão é o que sobra para garantir um dinheirinho no final do mês. Não está sendo vista mais como uma carreira promissora. Também sou professora, mas saí das salas de aula de aula para começar uma carreira que sempre sonhei: a revisão de textos. O tempo em que estive na escola não foram dos melhores: indisciplina por parte dos alunos, professores pagando do próprio bolso serviço que deveriam ser de graça para esta categoria, baixos salários (antigamente, ser professor é garantia de bons salários) e tantos outros. Todos nós precisamos de um professor e, com esta realidade social, infelizmente os nossos "futuros professores" serão aqueles não com uma formação decente, mas com uma "fundo de quintal". O professor está se tornando um profissional em extinção.

1 comentários:

Profª Daniela disse...

De fato, mesmo aqueles que gostam da atividade e tem talento, acabam procurando trabalhar em outra área, que na maioria das vezes não tem nada a ver com educação. Dizem que "não querem lembrar destes tempos de escola".
Qual é o pai que sonha em ver um filho como professor? E por quê? Tem quem fale que ser professor e profissão de quem não tinha talento para coisa de valor...
Eu estou em meu 2º ano de docência e apenas as (poucas) lembranças dos bons momentos em sala me animam a continuar melhorando meu trabalho.