Que a língua portuguesa está em evolução, isso já sabemos (mas nem todos aceitam).
A gramática sempre ditou as regras, mas nós, os falantes, a modificamos para adaptação da língua portuguesa no dia a dia. Veja, a seguir, as principais mudanças que já estão ocorrendo. Parodiando Zagallo: A gramática tem que engolir!
- Na prática, os pronomes pessoais clássicos (eu, tu , eles, nós, vós, eles) já foram substituídos (eu, você, a gente, vocês, eles): Quero ver quem paga para nós ficarmos assim. / Quero ver quem paga para a gente ficar assim.
- O econômico futuro do presente ("eu amarei") vem dando lugar ao futuro perifrástico, simplesmente com o verbo "ir" entre o pronome e o verbo principal ("eu vou amar"): De tudo ao meu amor serei atento. / De tudo ao meu amor vou ser atento.
- O pronome depois do verbo, comum em Portugal, já era considerado arcaico pelos modernistas em 1922: Dize-me com quem andas e te direi quem és. / Me diga com quem você anda e vou dizer quem você é.
- "Este" e seus derivados estão sendo engolidos pela família do "esse", usado na maioria das vezes: Este coqueiro que dá coco. / Esse coqueiro que da coco.
- Apesar dos protestos, o futuro do pretérito ("eu poderia") está dando lugar ao "gerundismo" ("vou estar podendo"): Eu sei que tu não fugirias mais de mim. / Eu sei que você não iria estar fugindo de mim.
- O chamado sujeito indeterminado ou oculto, que não aparece na frase, está dando as caras, sempre acompanhado de "a gente" e "você": Não queremos só comida. / A gente não quer só comida.
- Aos poucos, o S de substantivos e adjetivos vai sendo economizado, deixando a missão de determinar o plural para "s" e "os": Eu enfrentava os batalhões, os alemães e seus canhões. / Eu enfrentava os batalhão, os alemão e seus canhão.
Fonte: Superinteressante
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