30 de julho de 2019

Como usar “mesmo”



“Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado”

Quem nunca viu esta frase estampada nos elevadores? Com certeza, consideram que utilizaram a palavra “mesmo” de maneira correta, certo?

Bom, vamos ver.

De acordo com o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra "mesmo" apresenta as seguintes definições:

Adjetivo.
1.       De igual identidade; não outro. Ex.: a mesma testemunha foi chamada ao tribunal.
2.       Exatamente igual a outro(s) em forma, cor e/ou conteúdo; idêntico. Ex.: consulta os mesmos dicionários que eu.
3.       Que pouco difere em qualidades e características; semelhante. Ex.: respondeu-lhe com o mesmo tom.
4.       De igual origem. Ex.: vieram da mesma região.
5.       Que se representa em pessoa; próprio. Ex.: ele mesmo veio receber-nos.

Substantivo masculino
1.       A mesma coisa. Ex.: nos dias seguintes, sucedeu o mesmo.
2.       A mesma pessoa. Ex.: foi sempre o mesmo na defesa da justiça.

Conjunção
1.       Ainda que, embora. Exs.: mesmo gordo, continuou a correr pela manhã; mesmo querendo, não vamos terminar em tempo

Advérbio
1.       Até, também. Ex.: Mesmo os amigos lhe viram o rosto.
2.       Neste exato instante; exatamente, justamente. Ex.: hoje mesmo lhe darei a resposta.
3.       De fato, de verdade; realmente. Ex.: foi mesmo uma notícia que alegrou a todos.
4.       Com justeza, precisão; justamente, precisamente. Ex.: o resultado comprovou mesmo os cálculos preliminares

Perceberam que ele não é um pronome? Isso mesmo.

Mas, em muitos documentos, utilizam o “mesmo” como pronome pessoal ou demonstrativo, o que é uma infração à norma culta, como é possível ver no exemplo do início desta postagem.

Assim, a frase ficaria melhor se escrita desta maneira:

“Antes de entrar no elevador, verifique se o equipamento encontra-se parado”.
“Antes de entrar, verifique se o elevador encontra-se parado”.

Simples assim.

8 de março de 2017

Será que convidar-me-ão para a balada?




Claro que ninguém fala mais assim, mas muitas provas de concurso e vestibulares ainda exigem que o candidato saiba usar a mesóclise, que é o uso do pronome oblíquo no meio de verbos no futuro do indicativo. 

Para isso, basta fazer um “sanduíche” deste verbo: convidarão + me = convidar – me – ão = convidar-me-ão. Mas, para não ficar feio na hora da conversa, basta dizer: “Será que irão me convidar para a balada?”. Simples assim.

13 de setembro de 2013

Concordância verbal com diversas expressões que funcionam como sujeito



Nesta postagem, vou falar sobre a concordância verbal com algumas expressões que funcionam como sujeito, como: “mais de um”, “um ou outro”, “nem um, nem outro” etc.

     Um e outro. O substantivo que se segue após a expressão “um e outro” é usado no singular, mas o verbo pode ser empregado tanto no singular como no plural, mas também podemos usar essa expressão sozinha: Uma e outra coisa lhe agrada; Um e outro são capazes de ajudar aquela senhora. 

     Um ou outro. Quanto à expressão “um ou outro”, seguida ou não de um substantivo, o verbo deve ficar somente no singular: Uma ou outra garota vai para os Jogos Escolares. Um ou outro viu o semáforo fechado. 

     Nem um, nem outro. Nesta expressão, o verbo fica no singular: Nem um, nem outro pôde fazer o exercício de alongamento direito. Quando a expressão é seguida de substantivos, o verbo fica no plural e, às vezes, no singular: Nem o pai, nem a mãe conseguiram (ou conseguiu) segurar aquele menino. 

     Mais de um. O verbo fica no singular, concordando com o substantivo que acompanha essa expressão: Mais de uma revista publicou o artigo do presidente daquela empresa. 

Substantivos coletivos. Quando o sujeito é um substantivo coletivo, o verbo acompanha o número desse coletivo: O bando perturbou aquela cidade quase abandonada; Os bandos perturbaram aquela cidade quase abandonada. Se o coletivo for precedido por uma expressão no plural, o verbo concorda ou com o coletivo ou com essa expressão: A multidão de fanáticos torcedores gritou (ou gritaram) o nome de todos os jogadores. 

     Expressões de sentido quantitativo, ou partitivas, acompanhadas de complemento no plural. Em expressões como “a maioria de”, “grande número de”, “grande quantidade de”, “parte de”, “grande parte de” etc., acompanhadas por um nome ou pronome no plural, o verbo fica no singular ou no plural: A maioria dos prisioneiros acabou (ou acabaram) de fugir da penitenciária nesta noite; Uma grande parte dos brasileiros não conseguem (ou consegue) desfrutar de uma boa noite de descanso. 

     Cerca de, mais de, menos de etc. Quando o sujeito denota quantidade aproximada, precedido por um número e substantivo no plural, o verbo concorda com esse sujeito, indo para o plural: Restavam cerca de cem pessoas; Mais de duzentas mulheres participaram do evento realizado pela Prefeitura. 

     Cada um de. Com esta expressão, seguida de substantivo no plural, o verbo vai para o singular. Cada um dos candidatos deve preencher o formulário antes da entrevista. 

     Expressões que representam porcentagem. O verbo acompanhará o numeral dessas expressões. Vinte por cento não vieram à reunião; Um por cento não veio à reunião. 

     Observação
a) Se esta expressão vier acompanhada do partitivo “de + substantivo”, a concordância se faz, em geral, com o substantivo (singular ou plural) que o acompanha: Vinte por cento dos convocados não vieram à reunião; Seis por cento do eleitorado anulou o voto.
b) Caso a expressão partitiva vier antes da porcentagem, o verbo deve concordar com o número da porcentagem: Dos convocados, um por cento não veio à reunião.

     Haja vista. Esta expressão que tem valor de “veja” é invariável, mesmo que o substantivo seguinte esteja no plural: Não me lembro de alguma pesquisa realizada sobre o assunto, haja vista os exemplos citados anteriormente.

25 de junho de 2013

Minha indignação

Como qualquer língua, o português tem regras de como acentuar palavras, acrescentar ou não o hífen, usar pronomes e conjunções, pontuar orações dentre outras. Assim, o brasileiro deve conhecer essas regras na hora em que for escrever algum texto... Mas não é o que vejo no mundo virtual. Vejam mais um exemplo que eu vi:
 
 
Minha indignação:
  • Pra que tanta palavra com inicial maiúscula? Quem projetou o site não sabe que não são todas as palavras que se iniciam com caixa-alta?
  • "Bem-vindo" é um adjetivo com hífen!
  • "Assembleia" não tem mais acento, porém "ministério", "Belém" e "através" continuam acentuadas.
Desculpem-me, mas isso é preguiça de consultar um bom dicionário!

Destróier ou destroier?


 
O Novo Acordo Ortográfico determina, em sua Base IX, no item 3, que não devemos acentuar graficamente os ditongos representados por “ei” e “oi” da sílaba tônica das palavras paroxítonas. Assim, “Coreia”, “paranoico”, “onomatopeia”, “heroico” etc. não levam mais acento tônico. Conclusão: “destroier” também não é mais acentuado, certo?

Bom, não é bem assim. O atual Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), que determina a ortografia oficial da língua portuguesa no Brasil, afirma, em sua Nota explicativa, que é para “Restabelecer o acento gráfico nos paroxítonos com os ditongos “éi” e “ói” quando incluídos na regra geral dos terminados em –r. Portanto, a palavra “destróier” continua acentuada, assim como “Méier” (bairro carioca), “gêiser”, “contêiner” etc.

14 de junho de 2013

Ah! Conjunções trocadas...


As conjunções existem para unir orações, apresentando vários sentidos como causa, consequência, contrariedade, adição, explicação etc. Mas isso é um problema para os redatores da internet, como podemos ver.

A conjunção “mas”, apresentada na oração acima, tem sentido de oposição, por isso é chamada de adversativa pela gramática; portanto, só pode ser usada em orações com sentidos de oposição à oração anterior.

Na oração do exemplo, a segunda oração, com a conjunção “mas”, ficou estranha nessa frase. Se o redator estivesse dizendo que o jogador brasileiro fatura também vendendo cueca, substituiria a conjunção “mas” por uma aditiva: e. Vejam como ficaria a frase com a conjunção substituída: “Neymar torra milhões com cabelo, mansões e carros... E fatura até com cueca”.

Assim, dá pra entender que o jogador brasileiro, além de ganhar muito dinheiro jogando bola, fatura também fazendo comercial de cueca.

6 de junho de 2013

Ah! Esses redatores!


Se não fossem por eles, os mortos não falariam! Kkkkkk.